Projeto para prédios e 80 mil pessoas em Paulo Lopes?

Nos na Aldeia fará show para proteger o Rio da Madre e a Lagoa em formato de Coração.

Um projeto para colocar até 80 mil pessoas em volta da lagoa em formato de Coração em Paulo Lopes (Lagoa do Ribeirão), ameaça a Lagoa e a qualidade de vida das cidades em volta, a preocupação é da geógrafa Haliskarla Moreira.

Há pouco  mais de uma década atrás Florianópolis aparecia nas reportagens de jornais de todo o país como a Capital brasileira de qualidade de vida.

Veio o crescimento desenfreado e os acertos entre governantes e grandes construtoras, a falta de fiscalização e planejamento transformou-a no caos de trânsito e aumentou a criminalidade. E com isso a tal qualidade de vida decaiu muito.

Com Florianópolis já afetada eles passaram para Palhoça, “ a cidade que mais cresce em Santa Catarina. A ocupação desordenada, a falta de infra-estrutura e a pressão do crescimento desorganizado já apresenta seus problemas por lá.

Quando se juntam políticos e empresários em gabinetes e o povo não é ouvido, algumas vezes, os acordos tendem a beneficiá-los e os problemas futuros negligenciados.

Essa pressão de “crescimento” não sustentável ataca agora a área sul, rica em qualidade de vida, verde e belas praias. Paulo Lopes é a mira agora. Os vereadores, mesmo depois de uma Audiência Pública que foi contrária, aprovaram até 12 andares de construção em volta da Lagoa em do Ribeirão, que tem o formato de coração.

Entrevistamos Haliskarla Moreira de Sá que participa do Movimento SOS RIO da MADRE que agora tenta na justiça que a lei (de participação popular) seja cumprida.

 

A pressão imobiliária que transformou Florianópolis num caos de trânsito está chegando a Paulo Lopes e Garopaba?

Sim. É uma questão de tempo. Com a desanexação de importantes áreas costeiras do Parque do Tabuleiro e aprovação de Planos Diretores que flexibilizam muito a ocupação do litoral as grandes construtoras querem expandir seus empreendimentos.

O Plano Diretor de Paulo Lopes foi construído em gabinete por uma empresa contratada e sem a participação popular. A participação da população não pode ser reduzida a uma única audiência pública onde a prefeitura apresenta o resultado como uma única proposta. Não houve sequer uma oficina nas comunidades ou pesquisas para entender os anseios da população.

Em Paulo Lopes mesmo com a população "gritando" anula pra o projeto proposto pela prefeitura no dia seguinte a audiência pública o Plano Diretor foi aprovado. Isso é inconstitucional. O mesmo caminho segue o Plano Diretor de Palhoça. Os políticos apóiam esse modelo de crescimento pelo aumento na arrecadação de IPTU sem se preocupar com a manutenção da qualidade de vida da população e conservação dos ricos ambientes naturais ainda existentes.

Essa é a grande questão: Estamos em uma região muito especial, riquíssima em recursos naturais e cenário únicos,merece um planejamento especial e um crescimento desordenado, modelo que impera a nossa volta. O que fazer pra conseguir isso?

O problema é que eles estão projetando esse crescimento sem levar em conta que grande parte da área deixou de ser parque mas ainda é uma Unidade de Conservação = APA do Entorno Costeiro. Além do mais a região continua vizinha das duas maiores Unidades de Conservação do Estado (Parque do Tabuleiro e APA da Baleia Franca). Por isso deve haver o cuidado no planejamento dessas áreas. respeitando a capacidade do ambiente em manter suas características naturais e relações ecológicas

Além do mais, os planos diretores devem seguir o Plano de Manejo das Unidades de Conservação, no caso da APA do Entorno Costeiro, essa unidade de conservação ainda não o tem. O PLANO DE MANEJO da APA da Baleia está sendo construído.

Enquanto os Planos de manejo não ficarem prontos, estamos a mercê dos investidores e suas relações políticas?

Sedentos por lucros, políticos e empresários, sobretudo do ramos imobiliário e construção civil, mais uma vez estão colocando as carroças na frente dos bois e ameaçando uma das ultimas regiões conservadas da planície costeira do Estado de Santa Catarina. Se tratando de Mata Atlântica isso é muito sério. Sem dúvida um crime ambiental.

Grande parte da população espera o desenvolvimento da região, mas não a qualquer custo. Um dos movimentos que vem tomando visibilidade é o SOS RIO DA MADRE que pretende discutir judicialmente as propostas de "crescimento" imposto pelas prefeituras.

E o povo está reagindo a isso, como aconteceu em Garopaba, o que tem feito o movimento?

Diversas bandas locais e empresários, que arrecadam e sobrevivem com a conservação da paisagem local já aderiram ao movimento.

Haverá um show da Banda Nós na Aldeia onde parte do recurso da portaria será destinado ao movimento e uma festa na Guarda do Embaú dia 28 de setembro totalmente voltada para esse fim.

Diversas iniciativas estão surgindo na defesa desta causa.

Essas ações são para financiar a briga na justiça que se coloca a partir de agora.

Se você quiser mandar um recado ou contribuir com a causa entre nos links abaixo:

quem quiser ajudar no financiamento da assessoria jurídica pode contribuir no : https://www.vakinha.com.br/VaquinhaP.aspx?e=204554

ou entre em contato no facebook: SOS Rio da Madre e dê sua opinião.